sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Criança feliz.


Quem me dera poder segurar firmes as amarras da vida sem medir forças com o tempo delirante,
pleno de devaneios em que repousa serena minha criança descalça ,
despida de medos,
entregue a fantasia de um palhaço nostálgico,
cujo riso se deleita ao abraçar essa criança contida,
por vezes esquecida pelas calçadas da vida que um dia pisei!

Afastem-se as arestas deixadas nos umbrais ás cega ,
nativa num corpo inerte, descrente na fé.
Ressuscito-me na minha criança resistente livre das sombras traiçoeiras,
de um passado distante que segue sozinho,
sem nenhum carinho da criança que fica, destemida e FELIZ!

Cor-Brasil!






Moro num país colorido pela própria natureza. Sua biodiversidade se mistura a seu povo de diversas cores e raças.

Pinta-se o quadro de gente variada em cuja face se conceitua a nossa brasilidade. 

 Espio o verde- amarelo a se desbotar  em  calçadas sujas pelo desmazelo de muitos, que insistem  em  desprezar as  cores  de sua gente.

Despreza-se a mistura de cores produzidas nas senzalas, e nas ocas tupi-guarinis.

Inferioriza-se a descendência de urucum - cativo, e louvam o europeu -galego que chegou e   branqueou  o nosso Brasil mestiço!

Acrobata de mim.


No consenso de partículas de sentimentos nobres, deixo escoar nos meus átomos uma fusão cárdia que interpela meus órgãos e comanda meu corpo, m’alma cancioneira, numa surda despedida de mim!

Estou presa diante de uma concepção de vidas que interpela, acusa e desnuda um cético poder de fuga a me constranger, trapacear ao maneio de mentes desconexas,pouco coruscante, distantes de mim!

Desato-me ao meliante surto de desejos e anseios que me consomem e desgovernam os dias.

Sigo, agora, acrobata na vida, sigo , agora, acrobata de mim!