terça-feira, 29 de novembro de 2011

Despedida






As poesias que faço perderam a cor.
Rabisquei-as e joguei-as em terreno seco cobertas de pedras e pó.
Pobres palavras que ao pó retornaram e o vento revolto as levou embora.
Pobre de mim que fiquei sem minhas poesias.
Elas aqueciam meu coração e se faziam presentes em espaços de minha alma agora ferida por sentimentos descuidados, presos na incerteza vã de um desencanto mascarado que feriram indiferentemente meus sentimentos que imploravam atenção.
Minhas palavras suaves se perderam no deserto vazio que tomou conta de mim.
Estou acamada.
Sinto-me morrer sem o conforto de palavras que alimentavam minha alma, meu coração.
Não mais me sinto poeta, não mais me sinto ninguém.
A perda de minhas poesias declinou-me ao ócio ao qual se prende meu derradeiro suspiro.
Aos poucos agonizo e estrego meu ser a negatividade das circunstâncias que corromperam meu coração.
Frágil, despeço-me de mim!



Sandra Iannini

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Maria da Graça ( Gal )


Minha irmã Simone Sena Gomes ( Mone), homenageia a nossa prima Gal com esta bela e emocionante poesia. Tenho certeza que Gal está feliz em receber as palavras de saudade e carinho tão bem escritas pelas mãos de minha irmã.
Mone, é com muito amor que coloco sua poesia em meu blog. Muito obrigada minha linda pela oportunidade.

DE UMA COISA TENHO CERTEZA
NESTE MUNDO DE TANTAS MARIAS
NENHUMA FOI COMO VOCÊ
TÃO CHEIA DE GRAÇA

DE QUEM OS AMIGOS
LOUCOS E LÚCIDOS
EMBRIAGADOS DE SAUDADES
PINTAM NO CÉU BORBOLETAS AZUIS.

É TANTO TEMPO SEM VOCÊ
QUE NO PALCO DAS ILUSÕES
AS LÁGRIMAS DO PALHAÇO
CALOU A GRAÇA DA VIDA

E O CANTO TRISTE DO TIÊ
ECOOU NA CACHOEIRA DA FUMAÇA
ESPALHANDO O BRILHO DO SOL
NAS ASAS DE UM ANJO AZUL.

SIMONE SENA GOMES